Nunca fui santa. Nem queria sê-lo. Meu único propósito hoje é descobrir o que me trouxe a cama deste hospital. Não aguento mais minha imobilidade, nem os barulhos intermitentes que marcam minha pulsação, nem o meu olhar perdido. As minhas lembranças estão permeadas de aventuras em pranchas de surf, fuga de gente estranha, brindes com amigos e uns quantos inimigos. Mas será que algum deles teria a coragem de ir tão longe pra me deixar assim? Para descobrir isso conto apenas com minha memória e com as pessoas fofoqueiras que entram e saem daqui. Será que isso é o suficiente para engatilhar alguma lembrança? Será que poderei dizer isso a alguém? Será que lembrarei de tudo alguma vez?”
Escrito com os nervos a flor da pele, este romance começou como projeto do Mestrado de Escrita Criativa e termina como um exercício de autoficção, imaginação, empatia e força de vontade.
